TEATRO PARA DANÇAR

domingo, 1 de outubro de 2017

CRÍTICA - Os Sete Gatinhos, direção de Bruce Gomlevsky - Junta gerações do teatro.

Karen Coelho, frente (Aurora)e Louise Marrie,
ao fundo (Silene) Foto: Chico Lima
Sem dúvida, um encontro de gerações, capitaneado pelo impagável Tonico Pereira, a peça "Os Sete Gatinhos" de Nelson Rodrigues, escrita em 1957, completa 60 anos, em 2017. Está em cartaz  no teatro Nelson Rodrigues, no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal. Segue abaixo, minhas impressões críticas.

CRÍTICA
(por Jiddu Saldanha)

A primeira cena mostra a atriz Karen Coelho (aurora) contracenando com Gustavo Damasceno (Bibelot), ambos, exibindo boa técnica de atuação, ágeis, divertidos e com uma movimentação bem encaixada, o que já imprimi ritmo ao espetáculo. A cena se desenvolve na ribalta e platéia, na minha percepção, proporcionando o uso inteligente do próprio teatro em si, que vira cenário, já que a personagem, Auroral, logo de cara, entra pela platéia.
Ao abrir a cortina, vê-se o cenário como se fosse um antiquário, repletos de objetos, móveis e utensílios que remete às décadas 50/60, dispostos numa construção visual que lembra esculturas/pinturas cubista, dando ao público uma percepção de época, algo como um engajamento do passado, no presente. Neste contexto a atriz Alice Borges (D. Aracy) e seu modo histriônico de atuar, se harmoniza com todo o contexto da cena, mostrando, como sempre, ter o domínio da cena teatral e a concentração precisa de sua personagem, e é neste contexto inicial da peça, que entra em cena um dos personagens mais hipócritas de toda a produção rodriguiana, Seu Noronha, interpretado por um dos maiores nomes do teatro atual, Tonico Pereira.
A entrada de Tonico Pereira, na Cena, traz o frescor da boa arte de interpretar, o ator, com sua vibração carismática, arrebata, logo de cara, pela sua forma e estilo. Uma espécie de desapego do personagem, que faz com que sua leitura cênica, permita ao público um certo olhar crítico, de ir percebendo, aos poucos, quem é, verdadeiramente, o "escroto" Noronha. Tonico sabe administrar as nuances de seu personagem e vai dando-o de presente em pequenos detalhes, como a cena em que ele bebe o cafezinho no pires, uma cena tão rápida mas que traz a marca de quem sabe trazer o olhar do publico para o momento certo.
A partir daí, como é comum nas peças de Nelson Rodrigues, cada personagem vai aparecendo aos pucos, com composição completa e complexa, como, por exemplo, o Seu Saul, interpretado por Jaime Leibovitch, que é mostrado numa cena entre Patricia Callai (Debora) e Luiza Maldonado (Hilda). Sem perder o ritmo e com marcas bem definidas, a peça vai envolvendo o público até chegar ao seu momento final.
Destaco aqui, a atriz Louise Marrie, que está convincente, no papel de Silene, e, também, por ser uma atriz da nova geração, mostrando grande propriedade ao contracenar com atores experientes como Tonico Pereira, Jaime Leibovitch e Luiz Furlanetto. Quero também destacar a atriz Ingrid Gaiguer, no papel de Hilda, que, na cena em que "recebe santo", dá um show à parte, e se destaca pela incrível e partitura corporal e trabalho vocal com que desempenha seu papel, destacando, neste momento, a maestria e detalhismo da luz criada por Eliza Tnadeta.
Ao final, podemos dizer que é um espetáculo "fechadinho", com congruência de linguagens e que proporciona ao público, uma gloriosa entrada no mundo rodriguiano. Toda a equipe está de parabéns, pois, espetáculo como este, faz muita falta aos palcos cariocas. Que venham outros mais...

(Jiddu Saldanha - Blogueiro)

Um comentário:

  1. Eu era fã do Bruce Gomlevsky, mas depois eu vi que ele é só mais um judeuzinho escroto e estúpido metido e machista de merda que nunca deu a mínima para mim e nem para mais ninguém também junto com aquele saco de bosta ambulante seboso e drogado do Digão dos Raimundos que sempre foi o macho e o cachorro no cio pago e exclusivo dele próprio. Também não quero mais saber daquela vaca da irmã do Bruce Gomlevsky que é a Yasmin Gomlevsky pois ela nunca se importou comigo também.

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