TEATRO PARA DANÇAR

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O Fesq que nos fez sonhar mais uma vez!

Rodrigo Rodrigues apresenta o Fesq para uma platéia lotada.
Cabo Frio acaba de abraçar mais um grande momento de sua vida teatral. O Décimo Segundo Fesq, isso mesmo, já são 12 edições do evento que conseguiu entrar no calendário nacional como um dos mais expressivos acontecimentos envolvendo teatro, do país. Os números do Fesq impressionam, ainda que o teatro (Inah de Azevedo Mureb), seja relativamente pequeno, a equipe deu um jeito de criar um evento que transforma não só a casa de espetáculos em si, mas todo o seu entorno, lotado de gente interessada, como se fosse uma grande bolha de entretenimento artístico. Não faltam opções entre os artista e público. Oficinas gratuitas, Performances,debates, shows e até mesmo um sarau na entrada do teatro (arena Fesq), além de circulação pelos bairros.

A atriz bahiana Simone Brault arrebatou a platéia com uma performance
impecável.
Dentro da casa de espetáculos, tivemos a oportunidade de conhecer esquetes de qualidade impagável, artistas requintados como a poderosa e premiada atriz Simone Brault, o diferenciado artista Tomaz de Aquino, além do retorno de de grupos que estão se destacando no cenário carioca como a Multi Foco Cia. de Teatro e o surpreendente grupo Beagle, que se consagrou este ano com ótimas e merecidas premiações. O apresentador, Rodrigo Rodrigues, chegou ao seu auge, mostrando seus personagens de costume e surpreendendo com uma excelente dicção jornalística ao apresentar o Jornal do Fesq.
Nos bairros de Cabo Frio, performances de palhaçaria e pintura
nas praças.
A equipe de voluntários, prestativa, deu um show de autonomia, agindo de acordo como a circunstância pedia, sem nenhum tipo de centralização por parte dos organizadores, isso fez do fesq um evento ágil na forma de resolver seus problemas internos, que sempre aparecem, em momentos inesperados. Distribuídos pelo entorno e interior do teatro, a equipe central e os voluntários fizeram de tudo para garantir a festa, seus esforços e dedicação foram notórios e o resultado se confirmou. Mais um ano de sucesso para um evento que engrandece o calendário cultural de Cabo Frio. Destaque, também, para o incrível trabalho do videomaker Ricardo Amorim, que não só domina a comunicação audiovisual como faz tudo parecer fácil e acessível, consegue se comunicar com a platéia em tempo real, criando um glamour todo especial nos intervalos e na cerimônia de premiação.
Enfim, quando se fala de Fesq, é preciso tirar o chapéu para seus realizadores, que, por conhecerem tão bem a alma cabofriense, conseguem criar um evento não só de teatro, mas também de inclusão de todas as possibilidades artísticas da cidade. Este ano, a novidade foi a inserção do OFICENA - Curso Livre de Teatro, na ecologia artística do evento e o apoio à formação do TCC - Teatro Cabofriense de Comédia, um novo grupo surgido a partir do núcleo de dramaturgia, conhecido como NUDRA.

Com uma equipe histórica e a presença de novos voluntários, esta foto revela
o segredo do porque o Fesq dá tão certo.
No quesito linguagem, o Fesq continua sendo fiel a seus princípios, colocando na plataforma de disputa todas as linguagens possíveis, gerando um festival de diversidade artística e o que se vê no palco são peças experimentais e tradicionais, abraçando temas polêmicos e se desdobrando em estilos de performances diferenciadas. Este ano, destacamos o ator Tomaz de Aquino, que trouxe para o Fesq uma dança Butoh, algo raro, que exigiu do  público uma respiração diferenciada. O grupo de Maringá - PR,  Café, apresentou a peça "Frenesi", com uma respiração radical na proposta, levando o público a um estágio de concentração que vai além do espetáculo em si, é preciso um público crítico, pulsante e aberto e isto, foi um grande ganho do Fesq nos ultimos 12 anos. A formação de uma platéia trinada para ver espetáculos de todas as linguagens.

Com meia tonelada de alimentos arrecadados para as instituições de Cabo Frio,
Fesq dá sua contrapartida social em tempo real.
Falando em público, sem dúvida que a grande conquista do Fesq é sua relação com o público cabofriense, sua oferta de boas cenas está transformando a cidade num lugar especial para quem curte teatro de qualidade, ampliando o turismo cultural na região e até mesmo nas grandes cidades, certamente, a secretaria de turismo, poderia fazer um  balanço do impacto do Fesq como uma oferta de cultura para uma cidade conhecida nacionalmente pelo seu turismo balneário. Talvez, a vocação da cidade esteja, também, voltada para um turismo diferenciado, que vai além das praias e do meio ambiente, fiquemos atentos e valorizemos nossa ecologia cultural. Um teatro ampliado com mais lugares e uma nova casa de espetáculos já é uma necessidade confirmada.
Dentro de tudo o que foi dito aqui, é preciso destacar que o evento arrecadou meia tonelada de alimento não perecível, para doar às instituições de Cabo Frio. O evento, portanto, que proporciona vida cultural ativa na cidade, durante uma semana, é também um evento de grande inserção social.


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