Priscila Mayer
É carioca, viveu em Duque de Caxias até seus 16 anos e desde os 10 estuda
teatro. Veio para Cabo Frio e deixou seus sonhos numa gaveta. Cursou até o 4º
período do curso de Sistemas de Informações. Hoje, aos 27 anos, divide seu
tempo entre seus textos, e suas artes: Teatro e Artesanato.
Desejos
(Por Priscila Mayer)
Drama em um ato - duas cenas
Descrição dos Personagens:
Ana: Jovem órfã,
trabalha no Castelo Real como arrumadeira. Inocente, delicada, ar angelical.
Laurence: Filho
mais novo do Rei Antony. Apaixonado por Ana, aguarda a maioridade da jovem para
pedi-la em casamento.
Doce , gentil, amado por todos.
George: Filho
mais velho, herdeiro do trono. Arrogante, ambicioso e viril.
Erlan: Criado e
puxa saco de George.
Cenário: O quarto
de George.
Cena 1
(A cena se passa dentro do quarto de George. É noite e como
de costume os irmãos estão conversando antes de dormir).
George: Mas mudando de assunto, quando pretendes levar Ana
para sua recamara.
Laurence: Sabes muito bem o que penso sobre isso irmão. Ana
ainda é uma menina, é tão doce e imaculada. Só será possuída por um homem após
o casamento.
George: Bobagem! Não sabes o que dizes galego. Todas as
mulheres são meretrizes de nascença e Ana não tem a quem dar honra. Leve-a aos
seus aposentos, e se gostares dela, então se casa.
Laurence: Não sou como você irmão! Não sei me aproveitar de
moças inocentes usando o nome da nossa família.
George: Faça como quiser só não reclames se outro o fizer.
Laurence: Essa conversa já deu tudo o que tinha que dar. Vou
me recolher. Boa noite irmão.
(Laurence sai.
George anda de um lado para outro. De repente uma gargalhada).
George: Erlan! Erlan!
*Diz agitado e impaciente
Errlan: Pois não senhor!
George: Vá até Ana e dizes a ela que estou enfermo e que a
chamo sem demora. (Diz se jogando na poltrona).
Erlan: Mas o que tens mestre? (Diz se sentando na poltrona
ao lado).
George: Não tenho nada, só preciso ficar a sós com Ana
alguns instantes e provar para o tonto do meu irmão o quanto ele está errado.
Erlan: O senhor é magnífico!
George: O que está esperando?Ande e fazes como lhe ordenei!
(Erlan
sai. A iluminação cai e George se esconde atrás da poltrona. Ana entra
esbaforida).
Ana: Senhor, o que aconteceu? Erlan disse que estás enfermo?
(George
Aparece por trás de Ana e a agarra por trás).
George: Estou enfermo de desejos por ti Ana!
(George
começa a alisar e beijar Ana, que o empurra).
Ana: Componha-se senhor! Estás bêbado?
George: Prepara-te Ana! Hoje serás minha! E você sabe muito
bem o que acontece com quem não cumpre minhas ordens. Não quero ouvir nem um
resmungo para não perder a vontade.
(George
se aproveita de Ana toda a noite. Os movimentos seguintes são mostrados por
sombra. A luz abaixa até a escuridão total).
Cena 2
(Iluminação
simulando o amanhecer. George acorda, se veste, olha Ana na beira da cama e eis
a constatação):
George: E não é que a galega era mesmo moça? (risada)
(Cutucando
Ana)
George: Ande, acorde e limpe toda essa sujeira. E nunca mais
ouse entrar nos meus aposentos.
(George
sai do quarto. Ana se levanta chorando, sentindo nojo de si mesma, olhando tudo
em volta com medo e repulsa. Laurence entra entusiasmado, mas sua expressão
muda ao ver Ana sentada na beira da cama com trajes íntimos. Ela ao ver
Laurence, busca se cobrir com um lençol).
Laurence: Ana o que fazes aqui e com esses trajes? Meu irmão
tinha razão. Não acredito! Logo hoje que estava decidido a me declarar.
(Ana
corre e segura o braço de Laurence o impedindo de sair).
Ana: Laurence eu te amo e sempre te amarei. Por favor me
escute. Passei sim a noite com seu irmão, mas não foi por querer, acredite em
mim.
Laurence: O que estás dizendo Ana?
Ana: Seu irmão me chamou ontem a noite me dizendo estar
doente e quando entrei para ver como ele estava, ele me agarrou. (Diz aos
prantos).
Laurence: Canalha, como ele pôde?
(é tomado pela raiva, abraça Ana fortemente)
Laurence: Se vista Ana.
(Enquanto Ana se veste, George entra no quarto e ironicamente)
George: Já a usou também Laurence?
Laurence: Eu tenho nojo de você. Como pôde? Como você teve
coragem de fazer isso?
George: Fiz e não me arrependo. Está com peninha? Casa com
ela então. Aproveita que está pouco usada.
Laurence: Eu vou te matar! Uma pessoa como você não merece
ser o herdeiro do trono.
(George
com deboche)
George: Eis o filhinho da mamãe mostrando sua verdadeira
face! Vamos! Bota para fora esse monstro principezinho da mamãe!
(Laurence
parte pra cima de George, mas Ana se joga na frente e o impede).
Ana: Por favor, Laurence não vale a pena. O futuro rei não
pode ser um assassino.
Laurence: Você tem razão Ana, ele não vale mesmo a pena.
(Laurence
se vira tentando se acalmar).
George: O romantismo de vocês me dá náuseas. (senta). Saiam já do meu quarto. E a propósito, eu serei o
novo rei. (começa a folhear um livro).
(Ana abraça Laurence por trás, e num movimento rápido e certeiro, pega a adaga
na cintura de Laurence e corta o pescoço de George).
Ana: O futuro rei não poderia ser um assassino, mas a futura
rainha pode defender a sua honra.
(Laurence
sorri aliviado e beija Ana calorosamente. As luzes se apagam).
FIM
(Por Priscila Mayer)
Lendo este texto, me recordo dos meus anos mais românticos, onde eu lia a coleção de SABRINA, JÚLIA, SAMANTA . Que sempre me levavam a romances medievais onde a mocinha podre era arrebatada pelo lorde inglês que a amava e enfrentava tudo para faze-la feliz.
ResponderExcluirObrigada por me levar pra este mundo que hoje esta muito distante de mim. bjsss