TEATRO PARA DANÇAR

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O Voluntariado no Teatro: Porque os festivais de teatro conseguem sobreviver a tudo?

Artistas, público, estagiários e produtores superam a ausência do poder público através do voluntariado.
No FESQ, o "merdão", reúne artistas e voluntários para
dizer alto e em bom som a palavra que consagra a ação
coletiva do teatro M E R D A!
Uma das grandes forças do festival de esquetes de Cabo Frio (FESQ), é, sem dúvida a energia de seu voluntariado. Pessoas de diversas profissões, jovens e adultos de classes sociais diferentes, ajudam este festival a dar certo. Com isso, o FESQ conseguiu se inserir como uma das grandes vertentes deste tipo de evento no Brasil!

Não foram poucas as idéias que surgiram no evento e foram transplantadas para outros da região e até de outros estados, são festivais que buscam agregar o maior número possível de artistas com a cumplicidade da comunidade local. Uma paulada para o poder público que, focado no embate político, acaba perdendo o bonde da história.
Recentemente, no Niterói em Cena, pude conferir, de perto, o poder dos voluntários, executado, em sua maioria, por estudantes de produção cultural. O evento, que ofereceu horas de estágio para esses estudantes, pode contar com uma equipe eficiente, coordenada por  Yuri Vasconcelos.
A equipe, concentrada na montagem das cenas que iriam entrar logo em seguida, fazia um papel determinante no festival, criando para os artistas, o conforto necessário para mostrar da melhor forma possível o seu trabalho.
Pascoal Carlos Magno (1906-1980) foi o maior voluntário
do teatro Brasileiro, seu legado sobrevive até hoje.
Em São Pedro da Aldeia, 2011, vi a mesma disposição voluntária e fiquei contente de constatar que, como se costuma dizer por aqui “a fila andou/anda”  mesmo que os produtores e articuladores tenham que contar com uma ajuda mínima ou praticamente ausente dos representantes da cultura local, indicados por políticos que foram eleitos pelo voto popular e deviam dar mais atenção ao teatro da região.
A História do voluntariado no Brasil é recente e conta com uma atuação mais determinante a partir dos anos 60, quando o país começou, de fato, a mergulhar nas grandes causas e a lutar pela restituição democrática na busca de resolução para seus problemas. O país teve que enfrentar a pior de todas as suas ditaduras, perpetrada por militares, fazendo assim, uma silenciosa mas eficiente mobilização mobilização da própria população! Com a evolução desta prática o Brasil ainda é um país desproporcional em seu corpo de voluntários e, no teatro, a ação voluntária ainda é pequena, embora, não neguemos que ela sempre existiu e contribui para fazer a diferença.
Talvez, a figura que podemos dizer que foi um verdadeiro voluntário do teatro é, sem dúvida, Pascoal Carlos Magno que devotou  toda sua ação de vida para a melhoria da classe teatral. Ele é responsável pela criação da Aldeia de Arcozelo, em Paty de Alferes, no Rio de Janeiro, um verdadeiro templo de fomento ao teatro amador.

Para conhecer mais sobre a história do voluntariado no Brasil, CLIQUE AQUI.
Conheça um pouco da vida e obra de Pascoal Carlos Magno.

O MERDÃO no 5º Niterói em Cena - 2012

O Merdão no 9º FESQ - Cabo Frio - 2011

2 comentários:

  1. Um dia de 1971 o Paschoal falou para mim e alguns outros jovens artistas que estavam aprontando no riacho da Aldeia: se a arte necessitar só desse lado de vocês, ela não irá a lugar nenhum, este lugar foi feito para que nunca esqueçam disso.
    Nunca mais esqueci esse carão, em 1990 peguei essa rédea e nunca mais larguei.

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  2. quem ama o que faz, ama fazê-lo e mais ainda, ama que ACONTEÇA, então ajudar o Teatro é mais que essencial... "o espetáculo não pode parar!!"

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