TEATRO PARA DANÇAR

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Cabo Frio, a cultura como combustível.


Se pensarmos que Cabo Frio, como uma cidade de apenas 200 mil habitantes, é de ficar chocado com a vida cultural intensa. Estamos tão mergulhados no fazer artístico-cultural que sequer temos tempo de olhar para nós mesmos e perceber o que realmente está acontecendo e de como podemos usufruir deste combustível palpável que é a vida cultural da cidade.

Com uma vida cultural intensa, Cabo Frio conta com uma nova geração de curiosos e realizadores na arte cinematográfica
local. Um universo rico, fomentado, principalmente, pelo festival de cinema local que já está indo para sua décima edição.

Cabo Frio possui salas de cinema, centros culturais, academias de dança, música, corais e é uma das poucas cidades do Brasil que ainda mantém intacta a Folia de Reis. Existe hoje, em Cabo Frio um grupo forte de jongo, chamado Griot e ainda tem sazonalmente o jongo da TRIBAL que já foi muito forte e que ainda marca presença no cenário artístico da cidade. E agora começa a surgir o "Jongo de Cena"; são os artistas de teatro que querem abraçar, também, essa forma cultural que representa uma forte retomada na construção da autoestima dos moradores. 
Temos oito novos grupos de teatro amador que vieram somar com os grupos históricos da cidade. São grupos que ainda estão no começo, mas já dão o ar da graça, muitos se apresentam em escolas e passam o chapéu nas praças, e tem também os artistas independentes que estão fazendo história. Gente como o incrível palhaço Rufino, experiente e o músico "Homem Banda", Harley de Bragança, que se apresentam, também,  nas praças da cidade. No circuito dos bares da cidade, o Saldade e o Bar do Horto, completam uma riquíssima presença na vida noturna, mas também tem outros bares com uma vitalidade que dão aos músicos uma agenda de trabalho inconfundível.
Foram abertos quatro novos espaços culturais com infra estrutura simples mas forte dinâmica e muita injeção de arte. "O Usina 4" e o "Teatro Garagem" já existiam, mas agora estão funcionando a todo o vapor, oferecendo cursos, oficinas, vivências e agendando eventos de forma continuada. O espaço "Casa Ancorada" segue firme com sua proposta de ser o primeiro espaço criado pela nova geração de artistas da cidade. Aqui temos um curso livre de teatro público e gratuito; e 5 cursos livres, pagos; todos com estudantes matriculados, onde acontece oficinas de palhaçaria, circo e já se inaugurou até uma lona circense, o "Meu Vizinho Trapezista", que traz um diferencial para crianças, o que ainda estava faltando.
A vida cultural de Cabo Frio é impressionante para seu tamanho! 
Outra notícia incrível é a produção cinematográfica da cidade. Cabo Frio já realizou, somente em 2016, pelo menos 70 filmes curtas metragens e audiovisuais de qualidade e com artistas e realizadores locais. Só não vê quem não quer! Sementes disseminadas a partir do Festival de Cinema da cidade que já está indo para a décima edição, além do cineclubismo esporádico mas sempre presente, tendo como principal ação cineclubista, do momento, o Cine Mosquito, que é o mais antigo e duradouro cineclube da cidade, com 56 sessões realizadas. A universidade Veiga de Almeida, está injetando audiovisual de qualidade com um geração de jovens que estão fazendo filmes de referência, atualmente, na cidade. Um dos grandes talentos dessa nova safra de cineastas é a jovem Fernanda Rigon, que além de fazer seus filmes é colaboradora de diversas ações artísticas dentro da cidade.
E ainda nem detalhei a questão de patrimônios e museus, ações mais robustas e encabeçadas por uma ação mais oficial, envolvendo a municipalidade, o estado e a federação. Cabo Frio é, sem dúvida, palco de experimentação artística em feiras, saraus e eventos os mais diversos com ou sem fins lucrativos.
No circuito de saraus, temos o Sarau do TCC e o novíssimo sarau "Flores Literárias", organizado pela escritora Jaqueline Brum. O sarau "Clube do Poeta", criado pelo diretor de teatro Fabio de Freitas, com a co-fundação pelo poeta, já falecido, Seu Paulo. Atualmente, dois nomes que se destacam na poesia de Cabo Frio é André García e Miguel Lima, com suas verves apontadas para o social, mas também, buscando fortalecer o mundo literário local, como porta de entrada para a juventude criativa. No teatro de bonecos, cabo frio se mostra como uma das mais fortes tradições desta arte. Aqui temos o espaço Sorriso Feliz e o núcleo Tania Arrabal no espaço "Usina 4". E agora a cidade tem um mascareiro dedicado que está ampliando a relação com o teatro de máscara, Ivan Alves, que já estando o que falar, com seu talento e capacidade de conectar pessoas nesta forma tão antiga de teatro. Sem contar os núcleos de mímica que estão incubando mas já dão fortes frutos na cidade... Cabo Frio não tem limites... aqui "O CÉU NÃO É O LIMITE"!
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Empresários de Cabo Frio, acordem. Ajudem mais, participem mais, sejam otimistas e dividam com os artistas, professores e produtores locais a responsabilidade pela difusão cultural. Contribuam mais, a cidade precisa do apoio de vocês!

Jiddu Saldanha - Blogueiro.

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