TEATRO PARA DANÇAR

sábado, 23 de abril de 2016

Quando os Grupos se Encontram.

Desde 2013, com a tentativa de formação de novos grupos na cidade de Cabo Frio, a vida tem seguido um misterioso fluxo até o atual encontro de sensibilidades, pelo qual a cidade vem passando. Depois de um longo e tenebroso inverno, onde as produções se resumiam ao trabalho de 4 ou 5 grupos, a turma que faz teatro está se mobilizando cada vez mais, para reinscrever a cidade, na paisagem do teatro nacional.

Agregando jovens do OFICENA, mas com total independência, o grupo "Artilharia" esta mergulhando na conquista de
seu espaço para representar a cidade que o acolhe.
"O OFICENA não é apenas um curso de teatro e sim um movimento cultural na cidade"; disse uma vez, a jovem Pamela Davis, ex-estudante de teatro. Há uma forte mobilização por parte de adolescentes e jovens, empenhados na formação de seus grupos. São notícias boas que não param de chegar. São grupos estimulados pelo FESTUD, um festival que abre as portas e o coração para jovens que queiram afirmar sua identidade artística fazendo fluir o melhor de sua energia criativa e produtiva.
Grupos: Artilharia, TCC, Operário do Teatro Brasileiro, Sem Foco, Imaginário, Homem Banda e a turma do OFICENA,
fazendo o teatro acontecer na cidade, num contato mais direto e pleno com a população.
Cada grupo investe na sua própria dramaturgia, não sem buscar referências e ampliar o conhecimento sobre o fazer cotidiano e a conquista de uma nova rotina de vida. Durante o processo de formação é necessário desenvolver uma diversidade de ações que vão resultar naquilo que de essencial cada grupo precisa, para afirmar sua identidade e transforma-la em ações. Dentro desse padrão e espírito de união, os grupos são colaborativos. Evitam a competição entre si e trocam figurinha o tempo todo, o que os faz ficar cada vez mais forte.
Novos talentos despertam e a cidade vai seguindo seu
rumo artístico!
Participar de um grupo de teatro é algo fundamental, principalmente para quem quer transformar a ação artística em profissão, de fato. São muitos afazeres, dezenas de ações que precisam ser "ensaiadas", para além da construção da cena de teatro em si. Lapidar o artista que vai dentro de si, depende de um conjunto de atitudes que passa, principalmente, pela relação com o outro e isso depende exclusivamente de dedicação, empenho e senso coletivo. Teatro não é uma profissão no sentido frio do termo. Teatro é uma construção, um estilo de vida, um jeito de olhar para as coisas e um investimento constante na autoestima.
A organização do nosso "Primeiro Encontro de Grupos de Teatro Surgidos do OFICENA", foi um mega-sucesso, acalentou a criação de muita gente e deu um toque todo especial, como parte da retomada do crescimento artístico da cidade. Os grupos construíram a pauta do evento e fizeram bonito. Capitaneados pelo corpo docente, fizeram acontecer o melhor da arte e construíram um evento repleto de participação colaborativa. A partir dessa fonte criativa e inventiva de desenvolvimento e construção, sera possível definir, num futuro mais que breve, uma sólida presença de novos grupos de teatro, voltados, principalmente, para a sedimentação de um possível mercado de trabalho. Mas isso ainda levará tempo.
Com uma nova geração de artistas batendo à porta, a fim de afirmar seus conceitos de vida e teatro, Cabo Frio garante seu passo em direção a um fazer teatral mais pleno. A construção de possibilidades novas, o desejo de afirmar linguagens tem um impacto forte e seguro na cidadania. Em um sistema onde o cidadão parece virar mercadoria, dá pra sentir um respiro, uma sensação de que a luta tá valendo a pena, a despeito de tantas injustiças permeando a vida de todos nós...

Jiddu Saldanha - Blogueiro
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