Diário do FESQ
– Primeio e segundo dia
Até agora, 14
trabalhos passaram pelo palco do TIAM (Teatro Inah Azevedo Mureb).
Foram muitas e variadas emoções, sensações que vão do drama à
comédia, da tregédia à farsa, da inventividade à reinvenção da
linguagem teatral. Uma mistura de diversos estilos, possibilidades e
criações, tudo a serviço da carpintaria teatral, realmente, um
mergulho na arte, na poesia, na sensibilidade e na percepção real
do mundo, através da arte do TEATRO.
Alguns momentos
marcantes como o retorno, dessa vez mais agressivo, dos grupos
locais, com cenas feitas por artistas da cidade. A trupoe Andarilhos,
supreendeu com uma comédia de altíssimo nível e a afirmação
definitiva da atriz Tainá Lasmar, que marcou presença no 9º FESQ
(2012) e de lá pra cá não parou mais. O grupo Creche na Cochia
que, com sua linguagem já firmada no cenário nacional, voltou à
cena depois de um longo jejun de participações no festival local.
Dessa vez, trazendo, além de ótiam performance coletiva, o destaque
estupendo do trabalho corporal da atriz Vivi Medina e a estréia
honrosa do ator Ivan Alves.
Rodrigo Rodrigues,
nos brindou com sua nova personagem, Rejane, uma cearense juvenil,
espevitada, que fazia o público viajar em seus apartes antológicos,
desta vez, a “vendedora de abrosia” mostrou total domínio de
palco e trabalhou duro para que o FESQ não fosse levado por alguns
expectadores mal educados que levam crianças (quase bebês) para
assistir aos espetáculos mas acabam na gente da cena, torturando as
crianças e atrapalhando os artistas. Rodrigo foi elegante e soube,
de forma bem humorada, recuperar o momento, e não deixar a peteca
cair.

Destaque também
para a bela homenagem, na arena cultural, que funciona antes do
início da cessão de esquetes. Uma bela homenagem ao poeta Paulo
Silveira, com um belo varal poético, saudando a passagem deste nobre
e tão amado lietarato da cidade. A presença marcante do poeta Diego
Sá com sua bela interferência em forma rap e declamações,
destacando um momento singelo onde o FESQ abre, também, suas portas
para a literatura. Aliás, entre os poetas presentes, um da nova
geração, Miguel Lima, que com sua timidez de costume, não perdeu a
chance de mostrar porque, a boa poesia independe de “declamadores”,
se o texto é bom o público ouve e respeita.
Das 14 peças já
apresentadas, nos dias 17 e 18, ficou a certeza de que a qualidade
artística está cada vez mais forte e o encontro cada vez mais
potente, levando a arte do teatro à categoria popular na medida em
que, também mergulha na essência artística e no pensamento desta
arte milenar. O FESQ está fazendo bonito e não faltam cidadãos
cabofrienses orgulhosos de ver seu teatro mais uma vez, LOTADO!