O OFICENA enquanto espaço que gera liberdade.
Pensar o OFICENA, dentro
da cadeia produtiva das artes de Cabo Frio, é um exercício que permeia a busca
de uma juventude que tenha opções variadas dentro de sua busca por uma prática
artística. Como sempre dizemos, ali, o foco não é formar atores, até porque, se
é isso que as crianças e jovens desejam, lá estamos par auxiliar. Nosso intuito
maior é contribuir para a formação de cidadãos sensíveis que, dentro da prática
artístico-teatral, possam suprir suas próprias demandas de afetividade,
compreensão e descobertas, num mundo onde o mecanicismo é cada vez mais
avassalador.
![]() |
A união e o esforço de artistas, familiares e gestores, levou ao público de Cabo Frio, a qualidade necessária para um teatro que se aprende estudando, mas, sobretudo, na prática e no contato. |
Atlantic City
![]() |
Cartaz criado por Gustavo Vieira - 2014 |
O projeto de encenação do
OFICENA cumpre múltiplas funções dentro da cadeia produtiva do teatro local.
Define trabalhos que possibilitam ao aluno-ator, tirar o máximo de proveito da
linguagem teatral, enquanto trabalha, de forma subliminar: autoestima,
autonomia e aquisição de conhecimento. Relaciona as artes teatrais aos avanços
de sua própria vida, e faz do dele, o aluno, um ser "de-sejante" e
"de-lirante" de estar à frente de seu tempo.
Em "Atlantic
City", de Italo Luiz Moreira, a discussão ambiental passa pelo
reconhecimento das minorias (minorias em direitos civis alcançados) através da
metáfora do índio "Curupira", a peça vai aos poucos, conscientizando
o aluno-ator, do seu papel no mundo.
O processo de pesquisa,
exigiu a redescoberta dos povos da floresta para um mergulho no seu canto e
dança, além de uma ampla discussão no entorno dos acontecimentos que estão tão
perto, tão ao lado e tão dentro de nossa realidade. A especulação imobiliária,
o jogo de poder, a farsa montada nos tribunais e a interferência
"desterritorializadora" da mídia de massa, leva o aluno
infanto-juvenil, a perceber que, apesar de lúdico e divertido, o teatro discute
a realidade no seu calcanhar de Aquiles.
Sentimos isso na própria
pele, ao colocarmos em cena o aluno cadeirante Henrique de Bragança e o aluno
especial João Pedro Pappini. Estes, concentrados, focados e na busca de seus
objetivos, propuseram no grupo uma reflexão de suas próprias ações, criando aí,
um forte elo que liga arte a um sentido mais profundo de cidadania. Incluir a
parte no todo e sentir-se fazendo parte desse todo para a construção de um
caminho harmonioso e de assimilação direta da realidade circundante. Neste
sentido, os alunos tinham uma tarefa especial, construir uma área de
sensibilidade nova para que a humanidade fluísse na mesma dimensão em que a
arte foi proposta.
![]() |
Um elenco plural e criativo, jovens buscando o sentido real de suas vidas, através do TEATRO. |
"Atlantic City"
propôs este mergulho, no que pese todo seu fomento estético para atingir um
resultado formal, que disse algo como "estamos fazendo teatro acima de
tudo" e, ainda, pudesse dizer, a cada indivíduo na plateia de quão
importante é, fazer desse teatro, uma célula a mais de desenvolvimento do
cidadão que, no futuro, pagará seus tributos à polis.
Curta a Centopeia Humana de Atlantic City
Classificação
etária - LIVRE.
Texto: Italo Luiz Moreira
Direção: Italo Luiz Moreira e Jiddu Saldanha
Preparação corporal: Marcio Nascimento
Figurinos: OFICENA
Iluminação: Yuri Vasconcellos, Anngley
Medeiros e Wagner Cabral.
Design Gráfico : Gustavo Vieira
Foto/Filmagem: AYAMÔ Arte & Cultura, Lara
Rothier
ALUNOS
ATORES:
Elenco Atlantic Cyti (nomes artísticos): Igor Quintanilha, Yuri
Quintanilha, Yasmim Quintanilha, Nina Coelho, Lydia Mendonça, Larissa Santos,
Douglas Felipe (Sorrizo), Carolina Becker, Nayara Luiza, Daniela Cunha, Cleiton
Fernandes, Jullia de Assis, Lucas Cedro, Luiza Cullen, Herold Oliver, Paula
Carolina, Danilo Tavares, Daniel Arm, Mayra Rodriguez, Gabriel Rodrigues, Kéren
Linno, Yasmim Ferreira, Clarissa Batista, Guilherme Carvalho, Ana Carolina
Acha, Jully Braga, Nathalia Mafra, Nathalia Moura, João Pedro Papini, Vitoria
Dias, Andreza Ferreira, Henrique Bragança.
O Inspetor Geral.
O processo criativo de
"O Inspetor Geral", de Nikolai Gogol, traz para a marca OFICENA, um
sentido alargado, de beber na fonte dos grandes clássicos, uma continuidade do
projeto de trazer ao conhecimento da juventude cabo-friense, uma proposta de
descobrir o manejo de uma linguagem mais universal com técnicas livres onde o
aprendizado passa a ser, também, um exercício, como fizemos no projeto de
"O Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna.
O desafio de encaixar na
vida dos jovens, o teatro como uma possibilidade, passa também pela
conscientização e descoberta de "quem é" este jovem que nos procura,
qual sua bagagem trazida durante os anos de 2013 e 2014. Qual sua motivação,
que desejos os impulsionam, de fato, a estar nas fileiras do OFICENA,
defendendo a "bandeira do teatro"? Percebemos tratar-se de um jovem
inquieto, perguntador, curioso e investigativo. Na sua busca por um "lugar
ao sol", este jovem vem ao curso livre de teatro para recarregar suas
baterias e "turbinar" seu lado emocional para, como um Don Quixote,
enfrentar os "moinhos de ventos da vida".
O teatro, permite diversas
experiências coletivas dentro de uma lógica que respeita as diferença de
crenças, posição social, pluralidade psíquica, permitindo o alcance de
objetivos afetivos, artísticos e sociais, compartilhados, a posteriori, em
casa, na comunidade e em seus grupos sociais. A geração de oportunidade para
que esses jovens encontrem seu lugar de troca e alargue seus recursos
criativos, é e tem sido a tônica principal deste caminho percorrido até aqui.
![]() |
Elenco coeso. Não foi pouco o esforço destes jovens atores-alunos para chegar a uma performance plástica de nível. |
Nikolai Gogol, portanto, abre essa janela para um teatro
cheio de vitalidade e ajuda a construir, cada vez mais, uma ponte na direção de
um teatro com possibilidades imensas em recursos linguísticos, políticos e
poéticos. Não foi em à toa que, sua estreia, lotou o teatro, mesmo num dia de
chuva, confirmando um dado que já suspeitávamos. O cabo-friense gosta de teatro
e, gosta mais ainda se for, bom teatro.
Curta o Bolero de Ravel, no Inspetor Geral
Classificação
etária - 12 anos
Texto: Nikolai Gogol
Direção: Italo Luis Moreira e Jiddu Saldanha
Direção Musical: Kéren-Hapuk e Nathally
Amariá
Preparação
Corporal e coreografia: Marcio Nascimento
Iluminação:
Yuri Vasconcellos, Marcinho e Wagner Cabral
Equipe de
adereços: Ivan Alves e OFICENA
Figurinos:
Yuri Vasconcellos, Jiddu Saldanha e OFICENA
Execução de
Figurino: Beatriz Ebecken
Contrarregragem:
Clarissa
Obregón, Aline Gomes, Lucas Rocha, Danilo Tavares, Claudia Mury e Camille Miranda.
Iluminação: Yuri Vasconcellos, Anngley
Medeiros e Wagner Cabral.
Design Gráfico : Gustavo Vieira
Foto/Filmagem: AYAMÔ Arte & Cultura, Lara
Rothier
ALUNOS-ATORES: Anna Alves, Arthur Brant, Beatriz
Ebecken, Carolina
Becker, Celso
Guimarães Júnior, Dan Dara, Guilherme
Costa, Harley De
Bragança Melado, Jean Monteiro, Júlia Moschen
de Andrade, Kéren Hapuk
Andrade, Larissa Gomes, Maria Aparecida, Maria Eduarda Machado, Maria Carolina , Matheus Neves, Nathally
Amariá Andrade, Paulo Hugo
Rodrigues, Pedro Carvalho, Pollyana
Soares, Rosangela
Salles, Sarah Fortes, Tamiris
Nazareth, Thainá Gomes.